domingo, 22 de novembro de 2009
II Fórum de Mídia Livre
O Fórum de Mídia Livre nasceu, em abril de 2008, do manifesto em defesa da diversidade informativa e da garantia de amplo direito à comunicação. O manifesto, resultado de reunião promovida em São Paulo no dia 08 de março, lançou as bases para a organização do I Fórum de Mídia Livre, como proposta de um espaço nacional de debates sobre os temas relativos à democratização da comunicação no país.
O I Fórum de Mídia Livre foi realizado na cidade do Rio de Janeiro, em junho de 2008 pela Escola de Comunicação da UFRJ, mobilizando cerca de 8000 pessoas por dia de evento. Suas discussões conduziram a um conjunto de propostas (anexo I) e manifestações, que se constituíram posteriormente em medidas concretas, como a participação na cobrança do Executivo para a realização da Conferência Nacional de Comunicação e a construção de Pontos de Mídia livre como política de governo, o que começou ser efetivada pelo Ministério da Cultura.
Em janeiro de 2009, ás vésperas do Fórum Social Mundial, acontecia o Fórum Mundial de Mídia livre na cidade de Belém do Pará (anexo II).
Durante o Fórum o presidente Lula anunciou a Conferência Nacional de Comunicação e o Ministério da Cultura o edital de Pontos de Mídia, como primeiras respostas às reivindicações dos movimentos organizados da sociedade civil do campo da comunicação social.
Agora, a segunda edição do Fórum Nacional de Mídia Livre ocorrerá em Vitória, entre os dias 3 e 6 de dezembro, na Ufes. A cidade foi escolhida pelas mudanças que pretendem protagonizar no setor de comunicação e cultura, com anúncios de investimento em comunicação para a cidadania, internet pública e ampliação do acesso à cultura.
Nesta edição cerca de 300 lideranças estarão em Vitória construindo propostas que irão embasar movimentos distintos para a Conferência nacional de Comunicação, o grande acontecimento deste ano no campo da comunicação e da cultura.
Programação: http://www.forumdemidialivre.org/?p=7
Inscrição: http://www.forumdemidialivre.org/?p=15
Fonte: http://www.forumdemidialivre.org/
domingo, 14 de junho de 2009
Sabor de infância
“Que engraçado moça, ando pelas ruas durante toda a semana e nunca ninguém disse que eu poderia ser notícia de jornal”, foi assim que Roberto da Silva Rodrigues, o Beto, 25 anos, reagiu quando pedi que falasse sobre sua profissão, ele é vendedor de quebra-queixo. Você pode até não saber o que é quebra-queixo, mas tenho certeza de que já ouviu o tilintar da barrinha de ferro no aro de metal, que é característico dos vendedores para chamar atenção para seu produto.
Para os mais desinformados, quebra-queixo é um doce feito com coco ralado, açúcar, limão e água. Semelhante a cocada, porém, com uma viscosidade peculiar, e que dá muito trabalho para comer. O sabor, no entanto, compensa o sacrifício. Não se sabe ao certo a origem da iguaria, mas há aqueles que arriscam: “Acredito eu que o nome foi dado por uma pessoa que errou na receita, por isso o doce é tão duro”, diz seu Vicente Albuquerque, 68 anos, freguês do Beto.
Quem já o provou sabe que, quando bem feito, o quebra-queixo arranca suspiros de quem o degusta. Roberto herdou o oficio do pai, que vendeu quebra-queixo durante muitos anos na região da Praça Oito, no Centro de Vitória. “Ainda muito pequeno ia com meu pai para a praça, onde ficávamos por horas, até garantir o suficiente para a refeição do dia”, relembra.
Roberto conta que muitos dos seus fregueses, são da época de seu pai, além de ter aqueles que são móveis, já que hoje em dia não tem um ponto fixo. Hoje, por exemplo, a região escolhida foi a da Grande São Pedro, nosso encontro aconteceu na Ilha das Caieiras. “O trabalho é difícil, porém gratificante, conheço pessoas e lugares, e ainda consigo sustentar minha família”.
Dona Lindinalva Freitas, 47 anos, freguesa do Beto, lamenta que seus filhos, já adultos, ainda não tenham lhe dado netos, até para que eles pudessem provar o sabor de sua infância, o quebra-queixo. Esse sentimento de nostalgia foi percebido durante o tempo que passei acompanhando o vendedor, as pessoas que se aproximavam, parecem querer voltar no tempo, é festival de recordações e lambança.
O segredo do quebra-queixo Beto não revela, mas diz que é preciso ter conhecimento para fazê-lo. “Não pode ficar nem muito azedo nem muito doce. Também tem a ciência de tirar do fogo no ponto certo. Não fosse isso, todo mundo podia fazer quebra-queixo”.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Comprar muito e pagar pouco é possível?
A procura por brechós é maior do que muita gente imagina. O que movimenta esse mercado é o fato de poder adquirir peças baratas e muitas vezes exclusivas que podem dar um up ao guarda-roupa com pouco investimento. Vale ressaltar, que nem só de boas peças vive um brechó, é possível encontrar também camisas de campanhas eleitorais sendo vendidas por R$0,50. Ainda assim, é válido garimpar mercadorias em meio a tantos itens empoeirados.
Por ser difícil encontrar bons bazares em suas cidades, a opção de muitas garotas passou a ser os brechós online. Que nada mais são que lojas virtuais. As donas geralmente são meninas com interesse em se desfazer de algumas peças sem uso, ou pouco usadas em seus guarda-roupas, por um preço razoável.
A estudante de Gastronomia Aline Pereira do Nascimento, 22 anos, é de Vila Velha, e há poucos meses é dona de um perfil no site de relacionamentos Orkut, o Bazar Capixaba. Aline não foge a regra, é mais uma garota que estava com o armário abarrotado de roupas sem utilidade, “após ver alguns perfis de brechós no Orkut resolvi arriscar e abrir o meu. Foi a maneira que encontrei de renovar meu guarda-roupa e ganhar uma graninha”, afirma ela.
Segundo algumas proprietárias, na maioria das vezes quem faz uso das compras virtuais são jovens apaixonadas por moda, que optam por mercadorias que vão do clássico ao mais moderno, mas desde que com cara de novo. Em geral essas clientes estão cientes do perigo da compra as escuras, mas cedem pela praticidade e economia.
Claro que às vezes acontece de alguém se arrepender de uma compra, como já ocorreu com a universitária Cíntia Santos, 25 anos, que comprou um vestido e ficou grande. “Mas sei que a culpa não foi da vendedora, assim como acontece em compras nas lojas, nos brechós também estamos sujeitas a fazer compras erradas”, diz a estudante.
Um bom exemplo de compradora satisfeita é a estudante de Direito, Vivian Bragatto, 22 anos, que é viciada em acessórios, e costuma adquirir muitas peças nos brechós online. “Já comprei alguns óculos, brincos, blusas, e sempre dei sorte com minhas aquisições. Desde o atendimento até a mercadoria final, eu com certeza recomendo os brechós”.
As transações acontecem praticamente da mesma maneira, as donas dos brechós vão postando fotos de suas peças nos álbuns, informando tamanho, preço, marca, detalhes como possíveis defeitinhos, e instruções de compra, aí as interessadas entram em contato para que assim se inicie a negociação. Compra fechada, o depósito é feito, logo após a confirmação a mercadoria é enviada por Sedex ou PAC, e o número da encomenda é fornecido para que o comprador possa rastrear o produto pelo site dos correios. Passado alguns dias, estão as duas felizes, uma pela venda, e outra pela compra. Esse é o mundo dos brechós virtuais.
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Confira aqui o vídeo de uma matéria feita pelo Jornal do SBT sobre brechós online.